Recordo ainda aquela meiga estrela
Que do meu quarto sempre contemplava.
Era inverno bem lânguido e chegava
A me saudar, alegre, na janela.
Era na hora da prece, Ave-Maria
E vinha tanger cordas de saudade.
Não sei se outro momento, na verdade,
Mais ameno do que este, nostalgia...
Quantos versos fluídos na dormência
De tantos fins de tarde espreguiçada
Que vivi em minha verde mocidade
Cada um recorda suas referências,
A minha há muito tempo está incubada:
Fim de dia... da estrela da saudade...